Memory in box

Collocations encontradas numa agenda velha e colocadas na geladeira
Faxina de fim de ano. Caixas ainda para serem abertas, desmontadas, descobertas. Foram todas. Mas abri-las é o mesmo que abrir um livro de memórias, memórias de dez anos atrás, cinco, três. Esse é um dos meus motivos para colecionar elefantes.

Diários, fotografias, meus pensamentos bobos:

Onde uma bicicleta ergométrica pode nos levar?

 Bilhetes, cartas, citações dos outros:

Escreve-se muita abobrinha sobre o nhame
(Heitor Megale, meu querido professor de Filologia, falando sobre as raízes da palavra "nhame")

"Citações" minhas:

O poema lírico é um delicado móbile indiferente à brisa

Citações de Drummond:

Eterno é tudo aquilo que vive uma fração de segundo
Mas com tamanha intensidade que se petrifica e nenhuma força o resgata

Citações de Hemingway, autor com o qual não simpatizo:

O homem nunca deve ser por em posição em que perca o que não pode se dar ao luxo de perder

Brincadeiras com versos e meus "poemas":

Vacante


Vazam de veias e vasos

Vagarosos. Em vão
Vago nas vagas vazias
Valso na vasta vasa
E como sou vago
E vago vou
Vem o vazio dos olhos:
Vazam águias doces
Em vazantes velozes e voláteis


22/04/05


Época em que simpatizava com o Simbolismo e me apaixonava por aliteração - embora essa não fosse minha figura de linguagem favorita.

Aula magna-trote do meu primeiro dia da faculdade de Letras:

Como discutir as relações hipostáticas quando o simbolon tos písteos, que nada mais é do que um símbolo ton aspostolon, pode ser discutido apenas no plano teologúmeno onde os pontos de vista deste ou daquele pardre aparentemente contrastantes, não discordam entre si? Como discutir a unicidade (no plano estilístico)?

Achei também minha senha do ICQ...

E piadas de humor duvidoso: 

Qual é o nome do homem que faz presépios?
Armando Nascimento de Jesus.

Qual o nome do taxista?
Paço Dias Aguiar

É  graças a memória, suas pequenas, fortes e delicadas peças que a gente se constitui como é, a experiência, o olhar sobre o mundo e sobre o outro: tudo praticamente se constrói tendo-a como ponto de partida. Exemplo disso é a tradição - nem que seja para se romper com ela (ainda assim, a memória será necessária).

E valorizar a memória não quer dizer ser nostálgica ou viver no passado. A vida é curta demais para isso, entretanto, também é curta demais para não aprendermos com aquilo que vivemos, cometendo os mesmos erros sempre sempre.

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