Diário: Hoje acordei épica

Me mandaram lá para onde Judas perdeu as botas. Eita lugarzinho mais longe... e confuso! Glup! Engole a ansiedade, chame o amigo, pegue seus documentos e vai! Pulamos o gradil, caminhamos pela terra escorregadia. Cadê o Minotauro? Porque cismo que percorremos um labirinto interminável de números trocados. Ei! O que são esses ônibus vermelhos? Cadê os meus azuis? Munida de R.G., C.P.F., muita braveza e o Gianazzi dentro da pasta, capturado quando entrávamos no grande templo, lembrei dos heróis gregos de Odair José e continuei.

Encontrei várias carinhas familiares e sorridentes. Outros rostos eram conhecidos, mas sem afeto. O salão transbordava juventude. E eu rezando para que a sala de aula transbordasse idealismo pé-no-chão. Eu disse a todos que constituiria família enquanto esperava a minha vez chegar, trazida pelos quatro séculos e meio. Com coragem, enfrentei o tempo (contra mim) - e o pântano que se tornara o banheiro feminino:

- A descarga não 'tá funcionando - e os olhares respondem em exclamções compreensivas.

Passaram os quatro séculos e resisti bravamente com minha força e meu clube social. Será que eu iria conseguir? A ansiedade me devorava as costas e a fome, o estômago. Meu nome apareceu na tela, piscante. Ágil, certeira e determinada, segui meu destino. E consegui, novamente.

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