Amarelinha

Gosto de andar a pé porque eu vejo as coisas. Vejo de verdade, não passo sem ver. Mesmo quando estou com pressa ou ando rápido - sempre ando rápido - me surpreendo me surpreendendo com alguma coisa nova com a qual esbarro - às vezes literalmente.

Voltava pra casa e vi, lá longe, uma menina pulando na calçada. Sozinha. Nem me passou pela cabeça o que poderia ser aquilo. Conforme fui me aproximando, percebi que havia ordem e ritmo em seus pulos. Mais uns pulos (dela) e passos (meus) e percebo o óbvio (o título do post): AMARELINHA! Não sabia que as crianças ainda brincavam disso e tal descoberta me encheu de uma satisfação interna exteriorizada em sorriso. Sorrio sozinha. Mais para mim do que para a menina que já entrou em casa. Na calçada, riscada de giz branco, leio "céu" e "inferno" e os números - tortos, dada a irregularidade da calçada pedregosa. Logo logo chega a chuva e leva tudo.

Viver é como brincar de amarelinha: uma hora você está no céu, (três pulos) na outra, no inferno. Mas é só jogar a pedrinha de novo e volta-se ao céu. E dá-lhe melodrama :)

Comentários

:)
Só é chato quando vem a chuva e leva tudo na amarelinha da vida... O ruim e o bom.
Sobre a Xuxa e o SM... Ótimo, aquilo. :)

Abraço grande.
biel disse…
eu descordo do acima comentado!
acredito que a chuva que leva tude embora também nos permite mais uma vez desenhar, quem sabe com mais perfeição e, talvez, brincar com mais diversão!

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