Diálogo (1)

Dois amigos num ponto de ônibus:
A - Mas eu não entendo!
B - O quê?
A - Como você diz coisas nas quais não acredita?
B - O que eu digo não se aplica a mim.
A - Faça o que eu digo mas não faça o que eu faço?
B - Não. Eu simplesmente não generalizo: não é porque eu digo que as pessoas devem ter esperança que devo ter também.
A - Você não tem que utilizar o produto que vende?
B - Péssima analogia... Ela me perguntou se deveria ter esperança sobre aquela história e eu disse que sim, embora eu mesmo não tivesse caso o fato tivesse se dado comigo...
A - Mas o fato se deu também com você!
B - Por isso mesmo. Tem coisas que são empíricas, não adianta.
A – Estou preocupado com você...
B – Por quê? Porque não sorrio mais como costumava – 24 horas por dia?
A – Mas você ainda sorri 24 horas. Não te vejo melancólico ou taciturno.
B – E isso é ruim?
A – Não, é só que...
B – Ela precisava ouvir coisas bonitas. Ouviu. São coisas sinceras da minha parte. Espero mesmo que sua vida se acerte. Por isso não posso medi-la pela minha vivência.
A – Mas o que a sua vivência te diz?
B – Que muita água vai rolar, minha querida. Ou se preferir, que sou um hipócrita.

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