Hoje é o dia


Hoje eu acordei usando lentes cor-de-rosa e a garoa não me incomodou. Tocava “Dreams” no rádio e eu já tinha, na minha cabeça, tudo aquilo que precisava resolver – impreterivelmente – hoje. Aliás, ainda preciso, logo que estamos só no começo do dia. É engraçado como a gente muda com o tempo (conversa de ontem com a Senhora dos Grifos), podendo aproveitar todas as experiências como aprendizado – esse é um dos pensamentos nos quais baseio minha vida, porque acredito que Deus nos dá sempre novas oportunidades de crescimento. Há alguns anos eu seria incapaz de lidar com metade do que me acontece – não porque sejam coisas difíceis, mas porque eu não tinha maturidade (palavrinha perigosa) para tal.

Está bem, tenho os meus vintes e poucos anos e não sei nada da vida. Mas com o pouco que sei, consigo traçar um caminho do que quero fazer e de quem quero ser. Nunca me senti tão adulta e isso não me faz absolutamente melhor ou pior do que ninguém. É simplesmente uma daquelas conquistas pessoais impossíveis de se dividir. Conquista pessoal? No meu caso sim... Sinto isso porque hoje eu consigo conciliar as lentes cor-de-rosa com a lucidez que o mundo exige. Não é porque levo as coisas a sério que não haja confeitos nos meus doces. Entretanto, pretendo levar tais lentes até a velhice – se chegar lá, naturalmente – e fugir da rabugice que assola tanta gente da minha idade. Quero mais é curtir os bailes da terceira idade. Só acho que hoje é o dia para mudar, para olhar para o outro com mais carinho e atenção, para aprender a gostar de si, dar uma segunda chance, arriscar. Hoje é o dia de abraçar o mundo, a profissão, a família, os amigos...


... puxa, a máquina de lavar desligou: vou estender a roupa e a minha alma no varal. Vai ser bonito ver o vento fazê-las dançar.

Comentários

Anônimo disse…
Lindo Texto!!!

Postagens mais visitadas